Sinal amarelo

Série: Pensamentos

"O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?"

Salmos 27:1

Sinal amarelo. A nós isso remete o sinal de alerta do semáforo para o sinal vermelho. Talvez seja este o motivo deste mês de setembro ter sido destinado pela cor amarela para um caso que até a pouco tempo vinha sendo deixado de lado, os suicídios. Segundo dados de pesquisa uma pessoa se suicida a cada 15 minutos no mundo. É uma estatística aterrorizante e que só aumenta. O maior número está entre os jovens, mas isso não quer dizer que este mal também não possa recorrer em pessoas já adultas e até com vidas bem estáveis. Nesta semana um pastor norte americano deixou esposa, 2 filhos mais uma igreja por conta de um suicídio.

As estatísticas estão ai para nos ajudar a ver a proporção e o sinal de alerta não é para os que estão a beira de um suicídio, mas sim para nós como sociedade tentar de alguma forma enxergar e entender o que tem levado um número que cresce cada vez mais de pessoas a tirar a própria vida. É inegável que temos em nós um amor pela vida, ninguém luta pela morte. Então, descobrir que milhares de pessoas estão perdendo este amor deve nos fazer refletir sobre o que estamos sendo como sociedade. Sim, pois tudo isso se inicia em nós. Claro que poucas linhas não vão esclarecer todos os pontos (que são muitos) sobre esta matéria, mas tentemos ao menos olhar para um destes pontos, e que tem significância.

Hoje somos uma sociedade totalmente diferente de 2 décadas atrás. Hoje somos uma sociedade compulsionada a viver isolada. Sim, por mais que muitos de nós viva entre milhares somos cada vez mais uma sociedade fria e isolada, feita de relacionamentos por mídias sociais. Também é nítido que o altruísmo e o amor ao próximo são sentimentos raros e nos poucos casos rasos também. Não temos mais tempo para o próximo, pois todo nosso tempo é para nós mesmos. Doamos nosso valioso tempo apenas para velórios, mas não temos tempo para visitar órfãos, doentes, viúvas, pessoas com algum problema; deixamos de ser amigos e hoje somos com muito suor colegas. As disputas também nos elevaram a outro nível. Vivemos um tempo onde sempre devemos ser melhores que os outros. As mídias sociais nos só injetaram mais nitro num composto bem humano, a disputa de ser além dos outros, é a disputa da cadeia do líder que há dentro de nós. Infelizmente não enxergamos que selfies, stories e tantas postagens maravilhosas só mostram as vitórias, só desenham um esboço do que é a vida real de cada um. Somos induzidos diariamente por mensagens de vitória e mais vitória, o que tem seu lado bom é claro, mas isso apenas aumenta o sarrafo de qualidade e ambição de nós mesmos, então, quando não alcançamos essas metas as frustrações são maiores. E como já exposto, pouco nos interessamos nos sentimentos alheios, nossa educação e respeito anda cada vez mais no ralo. Então, somando todas essas químicas amargas, cada vez mais encontramos pessoas que entram em depressões por sentirem que não conseguiram corresponder a uma expectativa irreal da vida. Nos deparamos com pessoas que se sentem inferiorizadas só porque não alcançaram o padrão fake de tantos. Então, assim, chegamos aos que não suportam a dor psicológica e não veem mais sentido algum em se manterem vivos, afinal, não encontram mãos estendidas em canto nenhum. Alguns, ainda procuram partir para modinhas da vida, almejando assim se reestruturar como sociedade, no fim ou vivem vidas totalmente falsas ou voltam para a obscuridade de seu próprio ser. E com isto, vemos um número cada vez mais crescente de pessoas que decidem então que a vida não tem mais valor algum.

Nosso papel como ser humano não é o de ficar espantado apenas com números alarmantes, mas o de olhar para este sinal amarelo e descobrir que precisamos ser o sinal verde para muitos. Começar um processo de ser aquilo que Jesus foi para muitos, um verdadeiro irmão. Parar de sonhar nossa vida só para nós e sonhar uma vida em coletivo seria um objetivo bem interessante. Deixar de desejar tantos e tantos momentos de vitória nossa e buscar uma vitória em grupo seria muito bom para um começo de retrocesso desta verdade.

E não há como não refletir: se o Brasil como nação cresce cada vez mais em número de cristãos, porque cada vez mais aumenta a falta do amor, da bondade, do altruísmo e dos pequenos Cristos? se o evangelho se baseia em ser o espelho do amor de Deus, então, onde estão os espelhos?

Hoje, se sua vida parece não ter valor, descubra que em Jesus você tem todo valor. Agora, se você está bem, que tal olhar para o sinal amarelo, ele é pra você?! Que sejamos no fim, como sociedade, menos mídia e mais vida, menos um e mais coletivo, que sejamos mais Deus e menos nós. Que possamos buscar mudar esta verdade. Possível é, depende de nós.

Algumas vezes coisas ruins acontecem em nossas vidas para nos colocar na direção das melhores coisas que poderíamos viver. (Autor desconhecido)