A culpa é de quem?
Série: Deus no banco dos réus!
"Quando edificares uma casa nova, far-lhe-ás, no terraço, um parapeito, para que nele não ponhas culpa de sangue, se alguém de algum modo cair dela."
Deuteronômio 22:8
Você já parou pra pensar em quantas vezes você já culpou alguém por algo que te ocorreu? E Deus?! Quantas vezes você já olhou e de algum modo jogou o erro no colo Dele? E o seu? Quantas foram as vezes em que você admitiu um erro?! Perguntas simples mas que fazem uma grande diferença em nossas vidas. De quem é a culpa pelas coisas ruins que nos acontecem?
Não dá pra entender como o ser humano ainda tenta fugir da grande realidade, somos descendência de Adão e Eva. E, fica fácil observar isso quando encontramos vestígios deste casal em nós. Você conhece a história. Um dia o homem e a mulher desobedeceram a Deus, comeram do fruto proibido e foram procurados por Deus (Gênesis 3). Daí, a perceberem o problema que seu pecado havia causado e cada um então passou o erro para o outro. A mulher jogou a culpa na serpente e o homem culpou a Deus! E não é que somos assim até hoje!
O que ocorre, desde o início, é que há uma enorme dificuldade em assumirmos a culpa de nossos atos e uma facilidade muito grande em transferir a outras pessoas ou a Deus (até mesmo ao diabo) o nosso erro. O problema disto? Continuaremos sempre a nos enxergar como maravilhosos e perfeitos e a achar que o mundo seria lindo e maravilhoso se fosse só do nosso jeito. Não assumir o erro é algo gravíssimo porque não nos liberta, nos faz escravo da situação. Veja, quem não ama sempre leva o conceito de que não ama porque convive com pessoas difíceis no trato e no convívio, quando na verdade, o amor não depende do que os outros são, mas sim de quem você é. Amor é decisão! Quem não perdoa sempre tenta mostrar que não perdoou porque a outra pessoa não lhe procurou para pedir perdão. Mas, se conhecemos a Palavra de Deus vamos descobrir que o perdão não é algo que deve ser dado apenas quando é solicitado (Mateus 5). Uma pessoa que não cresce profissionalmente normalmente culpa o chefe ou os bajuladores que ele identifica, mas nunca olha pra si para ver onde está sua falha. E isto são apenas poucas coisas de inúmeras que fazemos para imputar nas pessoas nossos erros e falhas.
Em Deus então nem se comenta. Queremos ter o direito de viver uma vida livre, mas Deus se torna culpado daquilo que fazemos e não dá certo. Deus é quase que como um servo nosso, onde, o que pedimos tem de acontecer. Alguns conseguem chegar ao ponto de relatarem de que não buscam ter intimidade com Deus porque Ele já errou muito.
A vida não é assim. Devemos saber assumir as responsabilidades de nossos atos. Deus já nos disse: "Eis que hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição;" (Deuteronômio 11:26). Isso já nos indica de que cabe a nós a decisão dos rumos que daremos a nossas vidas. Se seremos mais amorosos, perdoadores, solícitos, trabalhadores, amigos do bem, pacificadores, misericordiosos e outras coisas. Tudo depende das nossas escolhas. E são nossas escolhas que nos levam a certos caminhos.
Como o próprio texto em apreço nos mostra, nós é que devemos medir, preparar e saber julgar a decisão de qual caminho iremos seguir. Devemos ser pessoas que entendem de que nossas decisões e ações geram consequências. Deixar de culpar as pessoas e, principalmente, a Deus por tudo de ruim que nos acontece já é um grande passo de maturidade. E onde mora o perigo de nos mantermos na síndrome do eu perfeito? "e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras." (Apocalipse 16:11).
Cães não comem cães, mas os homens se devoram como canibais e ainda se gabam disso. (Charles H. Spurgeon)
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