Mais profundo!

Série: Mais profundo!

"Buscar-me-eis e me acahareis quando me buscardes de todo o vosso coração."

Jeremias 29:13

"Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais." (1 Coríntios 3:2). "Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação," (1 Pedro 2:2). "A intimidade do Senhor é para os que os que O temem, aos quais Ele dará a conhecer a Sua aliança." (Salmos 25:14). O que todos estes textos nos apresentam? A triste realidade de nossos dias! Por si só estes textos nos mostram o quanto andamos desnutridos e mortos espiritualmente. Vivemos tempos onde julgamos ter o conhecimento Bíblico, de Deus, só pela capa. Conhecemos os nomes de alguns livros - Gênesis, Apocalipse, os evangelhos - mas não sabemos o que eles dizem de fato. Lembramos vagamente de alguns versículos, mas, ou eles são para encher o nosso ego ou são para declararmos vitória ou para darmos validade para a vida [bem longe de Deus] que vivemos (e olha que até o diabo sabe usar versículo).

Fato é que tais versículos nos mostram a nossa própria morte espiritual. Quer entender porque o mundo anda tão violento? Olhe para as pessoas, a sociedade, olhe para si. O que há de conhecimento verdadeiro de Deus? A violência do mundo não está no fato de que Deus quer violência ou a permite, mas sim porque o ser humano decidiu viver sendo seu próprio deus, e para isso ele precisa de violência.

Nos textos de Paulo e Pedro não há divergências, leia melhor. Pedro diz que devemos desejar o leite espiritual ardentemente. Em poucas palavras, é você ser faminto por Deus, querer se saciar Dele igual recém-nascido. Já Paulo exorta um povo que não tinha esse desejo, que vivia de migalhas e por isso não podia-lhes ser revelado coisas maiores, pois não suportariam e não entenderiam. E por fim, Jeremias e Salmos se unem. Quando com uma fome ardente buscamos a Deus, deixando o que for preciso de lado, então Ele será encontrado e então teremos as revelações Dele.

Infelizmente hoje vivemos os tempos dos escravos espirituais, dos pedintes gospel. É o tempo onde não se busca Deus, se busca púlpito. É o tempo onde o que um padre, um pastor ou um líder religioso diz, é verdade. Não avaliamos mais a Palavra. Não buscamos o claro e correto entendimento. Vivemos o tempo onde se não conseguimos enxergar nem mesmo o que há na maré rasa, como crer que enxergaremos o horizonte, o mais profundo de Deus? Decidimos por viver assim, conhecendo a tudo e deixando que conhecer a eternidade. O que nos importa é o sermão do domingo, ali é nosso único alimento. Não nos interessamos por Deus, então, porque devemos crer que na eternidade Ele deva se interessar por nós?! É o tempo da fé no palpável. É o tempo da oração de segundos. É o tempo da santificação impura. É o tempo onde, os que buscam intimidade são considerados religiosos legalistas. É o tempo onde nosso espírito urra vendo nossa morte tão iminente e nossa farra da vida.

Nestes dias, venhamos a conhecer um pouco deste oceano de Deus. Vamos nos dar o direito a conhecer um pouco do que neste oceano tão profundo, só quem deseja alcança conhecimento. E que isto lhe seja o estalo para que seu pavio se ascenda e você deseje ardentemente o leite que emana do rio de glória do trono de Deus.

E lembre-se. Caim não matou Abel só porque era um homem mal e odiou seu irmão por um momento. Caim agiu com violência porque satanás o incitou para que matasse seu irmão, afinal, como Caim sabia sobre matar? E porque satanás o ensinou a matar? Porque ele não tinha conhecimento dos planos e propósitos de Deus, mas um dia ouviu do Senhor que de uma mulher lhe nasceria um homem que lhe pisaria a cabeça e o venceria (Gênesis 3:15), assim, creu que este homem era Abel. Não seja como satanás, que, por desconhecimento da profundidade de Deus, não entendeu nada. Busque-O para que você O encontre verdadeiramente.

Não deixe aquilo que é urgente tomar o lugar daquilo que é importante em sua vida. (C. H. Spurgeon)