Ter fé na fé!
Série: Fé
"Aconteceu que, estando ele numa das cidades, veio à sua presença um homem coberto de lepra; ao ver Jesus, prostrando-se com o rosto em terra, suplicou-lhe: Senhor, se quiseres, podes purificar-me."
Lc 5:12
"Eu sozinho em meu caminho; Sou eu, sou todos, sou tudo; E isso sem ter contudo jamais ficado sozinho." (Trecho do poema Solidão de Paulo César Pinheiro). O que um trecho de poema tem em conciliação com esta história de Jesus?
A lepra era nos tempos do velho testamento uma doença cruel, era [talvez] o nosso câncer dos dias atuais. Uma pessoa leprosa ainda vida, era lançada fora de casa, fora da cidade, fora do convívio de qualquer pessoa. Um leproso era obrigado a viver longe de tudo, e a única coisa que lhe sobrava era viver em cavernas com outros leprosos. Mas nos nossos dias atuais nós não temos mais tal preocupação, a lepra, ranseníase dos nossos dias, foi extirpada pela cura que chegou. Porém, ainda há alguns poucos lugares onde a lepra acontece. Nestes lugares a cura ainda não chegou.
Ser leproso naquela época era algo que matava uma pessoa viva. Não não, não há erro na expressão, é isso mesmo, a pessoa estava viva, mas como morta. Ela perdia tudo quanto tinha. Se isolava, vivia só.
Hoje, novamente, a lepra, ranseníase, não existe mais no sentido visível, mas há inúmeras pessoas com a lepra da alma. Pessoas que estão doentes, isoladas, sozinhas, amarguradas no seu estado emocional. Pessoas que a sua alma vive como numa caverna.
São pessoas que foram traídas, que sonharam mas não conquistaram, que sofreram abusos e se tornaram amargas, que não conseguiram aceitar as frustrações da vida, que tiveram lutos aos quais ainda não conseguiram tirar o véu negro, pessoas que levaram tantos tombos na vida que elas nem acreditam mais em algo. Não, não são pessoas doentes fisicamente. Em seu físico elas estão ótimas. Tem fôlego para correr maratonas, sua pele demonstra saúde, elas não precisam tomar remédios em horários determinados, elas nem se recordam qual foi a última vez que precisaram de um médico. Mesmo assim, ainda assim, estão com sua alma doente. Essas pessoas perderam a fé no mundo. Elas ou se isolam, não cultivam amizades, fazem o básico da vida, ou descobriram que, para não mostrar sua alma doente, precisam ser mais fortes que qualquer coisa. Assim, vemos a arrogância, a prepotência, o autoritarismo, a soberba, aqueles que sempre querem ter a última palavra. Nas suas devidas proporções, assim temos os muitos que assim se transformaram em pessoas que preferem viver pela sua força, intelecto e sabedoria do que pelo amor ao próximo. Com a devida comparação exagerada, Hitler desencadeou a 2º guerra mundial porque nunca aceitou o Tratado de Versalhes que deu fim á 1º guerra mundial. Foram 20 anos (1919 a 1939) de uma lepra que não cessou.
E assim, hoje, muitas vezes decidimos por ficar sozinho, nos isolando, criando um mundo onde sozinhos nos consideramos mais forte. Onde sozinho queremos ser tudo e todos que precisamos. Deus não nos fez assim. Deus nos criou para que, nossas lepras fossem tratadas e curadas pelos relacionamentos. Deus nos fez para que fossemos curado, mas também para que fossemos a cura para outros.
Por fim, em Jesus encontramos a cura de nossa vida mais amarga. É em Jesus onde encontramos o que precisamos. É Nele onde podemos finalmente viver mais conscientes de quem somos. Talvez, para alguns de nós, a cura ainda não tenha chegado. Nisto, podemos correr e chegar á presença de Jesus. Então, quando O buscarmos pedindo a cura de nossas doenças da alma, certamente acontecerá: "E Ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo![...]" (Lucas 5:13).
Aqueles que mergulham no mar das aflições trazem pérolas raras para cima. (Charles H. Spurgeon)
![](https://static.wixstatic.com/media/9b6de1_641279c2e35840e8bb96283174bfd42b~mv2.jpg/v1/fill/w_293,h_172,al_c,q_80,enc_auto/9b6de1_641279c2e35840e8bb96283174bfd42b~mv2.jpg)