Geração Nutella
"[...]E, tu, por que honras a teus filhos mais do que a mim,[...]"
1 Samuel 2:29
Vivemos os dias da Geração Nutella. É a geração do tudo pode. É a geração dos filhos que não aprendem, não são corrigidos. É a geração da criança que não houve não. É a geração mais capitalista que o mundo já presenciou. Filhos são ensinados, doutrinados e movidos por dinheiro. É o tal do "faça isso que eu lhe dou isto"; "não faça isto senão eu não te dou isto". É uma geração inteira perdida por omissão, negligência, incapacidade, egoísmo e apostasia de seus pais. É uma geração inteira de filhos que serão adolescentes que não medirão esforços para terem o que quiserem. É uma geração inteira de adultos que não saberão o que é o amor genuíno á pessoas, afinal, a única coisa que eles terão inculcado na mente é que eles precisam dar certo na vida.
E isto ocorre sim por 2 fatores essenciais - existem outros, mas 2 fatores são as bases. Primeiro. Seus pais veem de uma geração pós Brasil da inflação, é uma geração onde se criou e se moveu levando o legado "eu quero dar ao meu filho o que eu não tive". E isto é muito incorreto. É incorreto porque não se busca o melhor caráter, a melhor educação, a melhor formação do ser humano. No caso, o que se busca é o melhor tênis, a melhor roupa, a escola mais cara, o celular da última moda. E isto vem respaldado no fato de que de certa forma, desta forma, o capitalismo interno dos pais também será saciado. No desejo de se ter o carro dos sonhos, a melhor casa, os melhores restaurantes, as viagens mais lindas, há a adaptação para os filhos. Educar é de graça, mas custa tempo. Criar um caráter honrado é de graça, mas leva dedicação. De outro lado, dar brinquedos, celulares, roupas e tudo o mais que o comércio pode vender solicita apenas um trabalho bem feito e dedicação em buscar sempre um melhor salário. E o que dá mais prazer e honra á um adulto, educar seu filho no lar, sem os holofotes do mundo ou aparecer ao mundo como um grande profissional e de lambuja ter o que o dinheiro pode proporcionar?! Entendamos. Não há apologia contra trabalho bem dedicado e satisfação de conquistas. O que há de fato é a necessidade de uma reflexão sobre o que é importante de fato.
Segundo. E mais importante de tudo. Honramos mais a nossos filhos. Fazemos mais suas vontades. Entre Deus e nossos filhos, eles sempre estarão em primeiro. Não nos importa o que Deus diz que eles devem ser, mas sim o que eles querem ter. Quando encontramos nossos filhos mimados, pirracentos, mal educados, se jogando no chão do shopping e mandando tapa na cara, não agimos como Deus nos diz para fazer, não os corrigimos, não castigamos. Achamos crueldade humana dar umas palmadas e alguns minutos de castigo. Na verdade, não que achamos errado, é que a nossa consciência, ainda que inconsciente, nos esbofeteia mostrando o quanto somos ausentes enquanto buscamos dar o melhor a nós e a eles financeiramente. Não há mais tempo de educar nossos filhos nos caminhos de Deus, há só tempo para um novo vídeo game ou uma série dahora da Netflix.
Eli foi assim. Deixou que seus filhos fizessem o que bem entendessem de suas vidas. Ele conhecia e sabia o quanto eles caminhavam por caminhos errados. Foi duramente criticado por Deus, ainda assim, decidiu manter-se inerte. Muitos de nós, pais e mães, podemos hoje estar sendo mais um fabricante de filhos nutellas, aqueles que nunca terão limites, que farão o que for preciso para se alcançar o que querem, que buscaram sempre o que for mais fácil para ter uma vida mais fácil, que nunca estarão preparados verdadeiramente para os muitos nãos que a vida vai lhes dar e que, nem mesmo saberão quem é Deus de fato.
Pois que hoje mudemos. Que hoje não sejamos mais esta geração tão relapsa ao que Deus ordena que sejamos para com nossos filhos. Não pensemos de que as responsabilidades e atos de nossos filhos recairão apenas sobre seus ombros, pois sim, haverá em justa medida, assim como foi com Eli, a cobrança de Deus sobre o que estamos fazendo com a herança que Ele nos destinou. Lembremos. Filho não se recorda do que o dinheiro comprou mas sim do tempo que seus pais tiveram com eles.
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